Uma estação anônima, abandonada, pode se transformar na
imagem da ruína e da desgraça, mas também pode adquirir a
dimensão de um palácio no olhar de Kenzo Sasaoka.
O fotógrafo inaugura a exposição A Estética da
Desconstrução, na Estação Cultura com 50 obras que
traduzem velhas estações de trem. “Kenzo é jovem, mas o seu
olhar é futurista, tem sinais de pedra gasta e vivenciada onde
pode se agarrar e se erguer.
Ele compõe com óptica e estética de pintor e cineasta. É
capaz de formar lúgebre a parede ao incluir o vulto de um
passageiro inevitavelmente ausente”, analisa o artista
plástico Egas Francisco.
O humor de Kenzo pode ser conferido na foto Reservado
para Senhoras, ambientada na estação de Brotas. Há poesia
cenográfica em Bilhetes e Fretes. Cabines de telégrafo,
correio, grades, sombras e luzes reportam-nos a artistas do
porte de Edward Hopper e Edgar Degas e tem a atualidade
técnica do cinema.